Para matar qualquer um do coração, Cruella DeVil impressiona com o figurino digno de uma verdadeira live action da Disney, confira os looks da vilã Cruella!
No filme Cruella usa um casaco com a padronagem de Dálmatas feita em pele falsa e veludo Foto | Divulgação
E a Cruella tá diferente! Se você ainda não viu o filme dessa vilã clássica, recomendo que não leia esse artigo, contém spoilers my friend!
“Seu nome é Estella não Cruella”.
Essa é uma das frases da “mãe” de Estella em um conversa bem normal:
“Mas esse não é o padrão, você tem que seguir o padrão amor, o jeito certo”.
“Horroroso” – Cruella.
“Que Cruel, o seu nome é Estella não Cruella”.
E a cena termina com a garotinha rasgando a blusa que fazia juntamente com a sua mãe, mas em defesa de si mesma:
“Não era ela a quem eu desafiava, era o mundo”
Difícil ela não? Pois é, já fica evidente em menos de dois minutos de filme que esse não seria mais um conto da Disney, já que esse, diferente dos outros, trouxe uma proposta inovadora: Personalidade.
“Como é que dizem? Eu sou mulher, me ouçam rugir! Isso não era grande coisa em 64 mas estava prestes a virar”.
Seja bem vinda aos anos 70
Então minhas amigas o que acontece, é que esse filme se passa entre a década de 60 e 70, justamente a época em que a revolução punk rock se iniciou.
Esse ar de rebeldia, combinou perfeitamente com a cabeleira de “gambá” como diria o rival da escola de Estella.
Okay, cabelos naturalmente em preto e branco é esquisito e pode até chamar atenção, mas o que realmente me prendeu ao filme foi quando eu percebi que a historia envolvia mais do que uma garota capetinha, afinal… eu já vi essa cena.
O que eu não tinha visto até agora, era um filme da Disney, especificamente, de uma vilã, que eu também jamais iria imaginar nesse contexto, ser produzido dentro do mundo fashion.
Literalmente a história envolveu tantos looks e tantas referências à moda que a própria Cruella deu espaço para agulhas e tecidos.
Preciso dizer que me surpreendi! Transformaram a Cruella, conhecida por fazer casacos de pele com os pobrezinhos Dálmatas, em uma super estilista muito criativa e acima de tudo consciente, adaptaram a vilã para os dias atuais, em que casacos de pele são inadmissíveis… foi genial.
Jenny Beavan, a figurinista ganhadora de Oscar
Jenny Beavan, vencedora do Oscar pelo trabalho em “Uma Janela Para o Amor” e “Mad Max: Estrada da Fúria”, foi a responsável pelo figurino do filme Cruella.
Me responda… quantos looks você acha que Jenny desenhou para esse filme? Vou te dar uma ajudinha, nossa protagonista Cruella pôde se gabar de 47 looks desse figurino maravilhoso.
Acrescente mais 33 para o figurino da Baronesa, até aí já temos peças o suficiente para qualquer fashionista ter um ataque. Agora, respondendo a pergunta, foram produzidos o total de 277 looks para a produção do filme.
E fica ainda melhor com aquela vibe vintage que só os anos 70 podem trazer, desfilando pelas ruas com as músicas de fundo naquele estilo rock, relembrando bandas como Queen e The Rolling Stone. Nesse clima, eu não poderia deixar de citar uma de minhas músicas preferidas: “Feeling Good”.
Referências de peso!
Voltando a figurinista responsável por dar vida aos looks das duas vilãs, ela pegou referências do street style vivenciado em Londres na época de 1970, quando a revolução punk rock estava no auge.
E também outras referências da época reveladas nas entrevistas por Jenny, sendo elas: Westwood, Nina Hagen, a cantora alemã, a marca Bodymap e Alexander McQueen além da sua própria memória, uma vez que ela mesma viveu nessa época vintage.
E por fim, algumas referências mais ligadas ao papel da Baronesa separadamente, da revista Vogue, na cultura da alta costura como Cristóbal Balenciaga e Christian Dior.
Além disso, um fato curioso, é que ela deu bastante importância a personalidade das artistas, Emma Stone assumindo a loucura da Cruella, e por coincidência a também Emma Thompson no controle da Baronesa chic extravagante.
Como eu já disse anteriormente, esse conto da Disney evidenciou de uma forma bem clara as personalidades do roteiro. O estilo “vida louca” da Cruella foi muito bem sugerido por sua intérprete, assim como o estilo Baronesa, dona dos holofotes, foi potencializado pela atriz de personalidade forte.
“Ela tem uma presença incrível! E por gostar do vestuário da Baronesa, o resultado trouxe essa personalidade extra para a personagem” Jenny ressalta.
Se você assistiu aos filmes anteriores, provavelmente se lembra das cores preto e branco, e como uma forma de homenagem, por mais breve que tenha sido, a figurinista quis manter alguns aspectos das versões anteriores na recente live action, como o baile preto e branco.
Não exatamente pele, mas ovos de insetos!
Bom, se você ficou preocupada com os doguinhos, relaxa, nenhum cachorro é machucado ao longo do filme.
Apesar de relembrarem a obsessão de Cruella por peles de animais, na cena em que ela aparece dando um show de rock ao vivo, com um casaco que supostamente era feito da pele dos fofinhos Dálmatas, a figurinista nos garantiu em entrevistas que toda pele usada era falsa:
“Não usamos nenhuma pele de animal. Eu pessoalmente, sou a favor dos direitos dos animais e odeio até peças muito antigas feitas com pele de animal. O padrão de dálmatas, por exemplo, foi impresso em um tecido feito de pele falsa e veludo. Mesmo os figurantes usaram peles falsas”
Porém, de fato tivemos uma peça feita de animais, sendo mais específica… de ovos de inseto. Ou bicho que voa, ainda não identifiquei exatamente o que eram aqueles animaizinhos voadores, apenas sei que deixaram a Baronesa, bastante irritada!
No filme Cruella usa um casaco com a padronagem de Dálmatas feita em pele falsa e veludo Foto | Divulgação
Dá pra enlouquecer se você é um amante da moda. Sobe até uma empolgação sabe, quando eu assisti eu fiquei meio: Wow, eu tô passada gente!
Um dos motivos do meu espanto, além dos excelentes artistas e uma bela produção foram as peças, vou falar delas agora!
Você quer flores ou um jardim?
Pode parecer exagero, entretanto um dos vestidos mais icônicos mostrados no filme, foi costurado a mão com mais de 5 mil pétalas de flores vermelhas.
O vestido é tão logo que nessa cena a saia do vestido consegue cobrir o carro inteiro, com seus 393 metros de tecido organza bordado a flores, número esse que foi divulgado por Jenny no portal InStyle.
Cruella: a doida do foguinho
“…Queria ver se isso era possível. Existem fios de fogo e tecidos que se incendeiam sem matar um ator, mas o nosso foi um efeito visual”
Pelo menos Jenny tem amor a vida de suas colegas de trabalho, mas de fato ela conseguiu chegar no objetivo: Chocar o público.
Chamar atenção nunca foi um problema para Cruella, e parece que colocar fogo em peças agora virou moda.
No primeiro enfrentamento cara a cara com a Baronesa, Cruella chegou causando com a sua capa branca, que virou cinzas, e deu lugar ao vestido vermelho desenhado por Estella, sua personalidade alternativa de boina e óculos.
O vestido foi reinventado ao estilo rock cruel, para combinar com a sua luta meio Kill Bill contra os seguranças, e o mais engraçado é que ela estava de salto.
Segundo Jenny sua inspiração foi tirada do vestido “Tree” do estilista britânico Charles James, um dos mais influentes estilistas do século XX.
Eu sou punk Future, mas nem tanto!
Como já citado, as cenas se passavam na era punk, agora imagine, cabelos para o alto, maquiagem forte e uma postura rebelde.
Emma é muitas coisas, mas uma que se destaca é a sua delicadeza, e interpretar uma personagem tão durona não condizia muito com a sua personalidade, muito prezada na produção da live action.
E como maquiagem e cabelo estão diretamente ligados ao show de looks que tivemos a sorte de assistir, a jaqueta de couro que a protagonista aparece usando em uma das festas da baronesa é diretamente ligado a maquiagem pesada de Cruella “The Future” ou “O Futuro”.
A responsável pelas makes maravilhosas da vilã e pelo cabelo de “gambá” foi Nadia Stacey. Que explica o contexto da cena com a personalidade penetra da atriz:
“Emma é muito delicada, então não dava pra enxergar ela com o cabelo e a maquiagem, já que isso faria ela sumir. Com muitas referências ao punk, eu estava vendo que existia uma espécie de dureza, mas que era muito bonita. Então no visual em que descrevemos “The Future” no rosto de Emma na mesma fonte usada na capa do álbum de 1977 do Sex Pistol, nós equilibramos isso com um lábio de cristal vermelho para obter um elemento mais suave”
Já deu uma volta no caminhão de lixo?
Já que eu vou enfrentar a Baronesa, vou parar com o caminhão de lixo na porta do evento dela!
Pra mim foi assim que a cabeça da Cruella deve ter pensado, já que ela decidiu se enfiar, literalmente, dentro de um caminhão de lixo e desfilar pelas ruas com seu vestido icônico, feito de retalhos para representar as sacolas.
Os looks neutros da Baronesa
Quando eu digo “neutros” eu não quero dizer sem graça, eu quero dizer sofisticados, numa vibe mais clássica, conservadora.
Levando em conta que o filme traz a disputa entre duas estilistas geniais, e que uma representa a rebeldia das ruas de Londres, era previsível, que a Baronesa não poderia ser nada menos do que uma verdadeira representante da moda clássica nos anos 70.
Seus looks, diferentemente da Cruella que abusava de cores extravagantes, eram trabalhados entre as cores dourado e bege, dando um ar de elegância.
Pra que avião, se eu posso ter uma saia?
Chegamos na minha parte favorita! Sim, eu achei muito genial essa cena!
Não é nada disso que você está pensando, não tem nenhuma saia mágica, mas uma saia pára-quedas tem.
Espera, como assim? Pois é, a gente aqui pensando que a Cruella tinha morrido e de repente o filme entrega um grande “plot twist”:
Logo após ser empurrada de um penhasco a madame me aparece com uma saia voadora caindo no mar, foi g.e.n.i.a.l!
E eu me despeço com essa frase:
“Lembrem-se, garotas! Uma saia bem cortada salva vidas”
Até a próxima!