Você às vezes se compara às outras pessoas e tem a sensação de que não é tão boa quanto elas?
Já tentou se obrigar a pensar coisas positivas a seu respeito?
Até se esforça para fazer coisas novas, mas a sua autoconfiança continua baixa?
Então fica aqui comigo, que hoje vamos falar um pouco sobre autoconfiança.
A autoconfiança é a convicção que uma pessoa tem em sua capacidade de realizar ou fazer coisas com segurança, ou seja, de confiar em seu próprio potencial. Embora seja uma característica essencial para o desenvolvimento da personalidade humana, a autoconfiança foi vista com maus olhos durante muito tempo por ser interpretada como arrogância ou falta de humildade. Hoje em dia, no entanto, ela é extremamente valorizada em diversas áreas, especialmente no âmbito profissional.
As pessoas que inspiram autoconfiança tendem a ser admiradas pela facilidade de expressar suas opiniões e encarar seus medos com coragem, pois não importa que tipo de obstáculo venha pela frente, elas continuarão tendo confiança em sua capacidade de superá-lo. A pessoa autoconfiante se apresenta de maneira segura ao enfrentar os desafios e não tem problema em tomar decisões sensatas mesmo sob pressão.
Por outro lado, a falta de autoconfiança, falando de uma forma bem simples, traz uma sensação de incapacidade e de medo, que paralisa as pessoas e não permite sua progressão. Elas não conseguem confiar em si mesmas para arriscar, ou seja, sair do mundo das ideias e partir para a ação.
Mas por que essa característica da personalidade humana é ausente ou fraca em algumas pessoas? Vamos entender o porquê de você não se sentir tão confiante quanto gostaria, e é claro, vamos tentar descobrir o que você poderia fazer para se sentir diferente.
A AUTOCONFIANÇA E A SAÚDE MENTAL ANDAM DE MÃOS DADAS
Não é à toa que todo esse contexto está embasado em duas áreas da ciência, na psicologia e na neurociência. Tudo isso se trata de como o seu cérebro funciona para potencializar os sentimentos que te empoderam no desenrolar da vida.
Todo mundo quer “ter” autoconfiança, digo ter, no sentido de que não é uma coisa que nasce com a gente e que pode ser aprendida e trabalhada. No entanto, o mais importante nessa dinâmica é compreender como ela funciona, para que em seguida, a gente possa desenvolvê-la.
O que acontece com a maioria das pessoas é cair no engodo de achar que autoconfiança é só uma forma de pensar sobre si mesmas, e que se apenas mudarem os seus pensamentos, como que em um toque de mágica, se tornarão pessoas mais confiantes, que acreditam nas suas potencialidades. Quem dera fosse tão fácil assim!
Quando você se obriga a pensar coisas positivas a seu respeito, naturalmente você entra em conflito com sua voz interior, dizendo que as coisas não são bem assim e que dessa forma, você vai estar apenas fingindo que se sente melhor. Assim, você vai esperar que o sentimento de inferioridade desapareça, no entanto isso não acontece.
O que acontece é que você corre o sério risco de ignorar ou mascarar, justamente circunstâncias que minaram sua autoconfiança, ou seja, continuar carregando com você, no seu subconsciente, traumas e crenças limitantes ou até mesmo pequenas frustrações que foram se acumulando de experiências mal sucedidas ao decorrer da vida.
A autoconfiança não é somente um pensamento, uma sensação ou uma postura. Para ter autoconfiança é necessário passar por um processo de percepção das suas características e, em seguida, entrar em uma série de atitudes e práticas, com a consistência de quem está em um processo de evolução contínua.
Saiba que, se a sua autoconfiança não vai bem, você pode desenvolvê-la apenas mudando alguns pequenos esquemas mentais aos quais você pode estar preso ou habituado, sem que você nem tenha se dado conta deles. Ou seja, para você se colocar no mundo fazendo o que acredita, como alguém que sabe o seu valor e suas potencialidades e para realizar ou alcançar os próprios sonhos e objetivos, em primeiro lugar desenvolva o autoconhecimento.
A AUTOCONFIANÇA VEM DO AUTOCONHECIMENTO
O autoconhecimento é a base de tudo na vida, por isso é essencial que nessa jornada, a gente compreenda que, assim como a confiança surge a partir do conhecimento, a autoconfiança vem quando você sabe quem você é de fato.
Quanto mais você souber sobre você, mais confiante se tornará em sua capacidade de fazer seja lá o que você estiver fazendo, e saberá que, se você tem falta de confiança em uma área, é porque você tem pouca informação sobre essa área e, quão mais você entender quem você é, maior é a sua chance de se desenvolver e ter sucesso.
Quando você não se conhece, fica bem fácil acreditar que você seja apenas o que os outros dizem que você é, a imagem que o mundo tem de você, por isso é fundamental que você conheça realmente quais são seus pontos fracos e quais são as suas potencialidades, para entender do que realmente você é capaz. Mas como fazer para mergulhar nesse autoconhecimento?
Os profissionais da psicologia orientam a começar anotando, como em um diário ou uma caderneta, suas opiniões, seus interesses, seus valores, suas necessidades, suas habilidades, suas emoções, seus limites e por aí vai.
Acredito que escrever nossas características pode ajudar a visualizar e a identificar os pontos que queremos potencializar, os que queremos contornar e os pontos que desejamos modificar em nossa autoconfiança, totalmente dentro do nosso controle.
IDENTIFIQUE ALGUNS ADVERSÁRIOS DA SUA AUTOCONFIANÇA
Para melhor entender isso, vamos dar atenção em um primeiro momento, no que te incomoda. Descubra em qual situação ou em qual contexto a insegurança vem em você. O segredo está em identificar exatamente o oposto da autoconfiança, que é a insegurança.
Igualmente importante é você identificar se a sua autoconfiança está ligada a um fator externo ou a um fator interno. Como assim? Por exemplo, se você se sente autoconfiante por estar junto com alguém ou por causa do cargo importante que ocupa, a sua autoconfiança está ligada a fatores externos, sem nenhuma garantia, pois as coisas podem mudar a qualquer momento. Agora, se sua autoconfiança estiver ligada a um fator interno, ela vai te acompanhar em todos os contextos e situações, com garantia “ad infinitum”.
1. VOCÊ SE COMPARA COM OUTRAS PESSOAS?
Não se preocupe, se comportar assim é natural do ser humano, o problema pode estar na forma como você faz essas comparações. Quando você compara os seus pontos fracos apenas com os pontos fortes da outra pessoa, além de criar um parâmetro comparativo injusto, você pode estar anulando sua autoconfiança com isso.
Também tem outra questão, na grande maioria das vezes essas comparações são cheias de fantasias internas suas, não como a pessoa é de fato, mas sim com uma versão idealizada. Você fica tão focado nas características que deseja naquela pessoa, que acaba ignorando aquelas que você não considera como algo legal ou atraente.
A grande questão nessa situação é que “a grama do vizinho sempre vai parecer mais verde, até você descobrir que ela é artificial”. Clichê né? Mas é a mais pura verdade! Por isso tente usar menos o seu juízo interno, na hora de se comparar com os outros. Você vai perceber, que ser diferente de quem você admira, não significa ser melhor ou pior, significa apenas não ser igual. E sim, as pessoas vão ter pontos mais fortes que os seus, mas você também tem pontos mais fortes e que elas em silêncio e em alguma medida, admiram em você.
2. VOCÊ É MUITO INFLUENCIÁVEL?
Se você é daquelas pessoas que têm dificuldades para tomar decisões, até mesmo decisões simples, porque você tem a sensação de estar mais confortável quandoas outras pessoas tomam as decisões por você, você é uma pessoa facilmente influenciável. E o que isso quer dizer de forma mais objetiva? Na verdade isso quer dizer que você não quer se responsabilizar.
No entanto, esse tipo de postura é um engodo e enfraquece o pouquinho de autoconfiança que você ainda pudesse ter. Entenda que, quando você deixa para outra pessoa tomar decisões por você, ou orienta as suas decisões pelas das outras pessoas, você já se decidiu, e vai assumir os riscos dessa escolha de qualquer forma. O fato de “não escolher é uma escolha”, entretanto é uma escolha que está completamente fora do seu controle e que pode estar muito distante das suas verdadeiras vontades ou necessidades.
3. VOCÊ TEM MEDO DE DIZER O QUE PENSA?
Existem certas coisas que você não pode dizer em público ou outras que você só compartilha com as amizades mais íntimas, isso é óbvio, mas se você está constantemente se calando por insegurança, com medo do que as outras pessoas vão pensar sobre você, isso pode danificar fortemente sua autoconfiança.
Pode ser inevitável que você comece a se perguntar que importância sua opinião teria para os outros, ou então comece a comparar os seus pensamentos e falas com os das outras pessoas. Você pode duvidar tanto de si, que vai acabar acreditando que o que você tem pra dizer é sempre irrelevante, ou até mesmo uma burrice, se depreciando cada vez mais.
Portanto, se você quiser melhorar a sua autoconfiança, será preciso enfrentar o medo de se posicionar. E se você falar algo que não faça sentido para quem está ao seu redor, lembre-se que nem todos compreenderão o seu mundo interno ou a sua forma de pensar, mas não é por isso que a sua subjetividade perde o direito de existir ou de ser expressada.
Por outro lado, se você perceber que a sua fala desagradou alguém, apenas tente entender o porquê isso aconteceu e se for o caso, peça desculpas e siga em frente. Não guarde as suas ideias e posicionamento só para você, isso além de acabar com sua autoconfiança, muitas vezes o que você tem pra dizer, pode ser um agente transformador e ajudar o outro a mudar a forma de perceber alguma situação, mas você só vai saber disso, posicionando-se diante das outras pessoas em voz alta, não é verdade?
4. ANTES MESMO DE TENTAR VOCÊ DESISTE?
Se só de imaginar alguma coisa, você já pensa que vai dar tudo errado e que é melhor nem começar e ainda soma isso ao fato de você não se permitir errar, tenha muito cuidado com essa questão. Isso é bem característico de uma pessoa com baixa autoconfiança e com certeza você acaba acreditando que as chances de dar errado são muito maiores que as chances de você ter sucesso.
Veja bem, as pessoas pensam que ter autoconfiança é ser inabalável, invencível e indestrutível, mas na realidade, ser autoconfiante é encontrar forças dentro de você para ultrapassar os medos que todos nós temos na condição humana e ousar dar um passo adiante. Quem não sente medo de se arriscar, não é autoconfiante, na verdade é irresponsável, porque é o medo que nos dá noção das estratégias que devemos seguir para obter as coisas queremos.
COMO MUDAR ESSA SITUAÇÃO E SE TORNAR MAIS AUTOCONFIANTE
Através das características que você for anotando e descobrindo ao seu respeito, se acolha com a mesma paciência e carinho, que muitas vezes você dedica a outras pessoas que você ama, dessa forma, você vai se aceitando tal como você é na sua essência, ao mesmo tempo em que vai calando essa voz interior que vive lhe desvalorizando.
Entenda que se aceitar não significa gostar de todas as características que você vai descobrir ao seu respeito, significa que você está compreendendo que todos nós somos humanos e cheios de fragilidades. Todos nós temos pontos fracos e medos secretos e que nada é tão benéfico para aumentar a autoconfiança, do que tirar as próprias máscaras.
Para ir desenvolvendo pouco a pouco os pilares da autoconfiança, será necessário você viver novas experiências, isso porque o nosso cérebro precisa ser treinado, como um músculo que precisa ser desenvolvido. Então prepare-se para o que você quer conquistar.
ENTRE EM AÇÃO E DESENVOLVA SUA AUTOCONFIANÇA
A falta de confiança não é uma sentença, podemos mudar essa realidade entrando em ação. E sim, apesar da autoconfiança ser um sentimento, ela pode e deve ser comparada, a uma competência, a uma habilidade. Quanto mais a pessoa praticar, mais espontânea ela vai ficar e maior será a sua autoconfiança.
É como dirigir, por exemplo, a pessoa se sente pressionada e com medo. Pode pensar que não vai conseguir ou acreditar que não é capaz.
“Eu imagino que você tenha confiança de que pode dirigir o seu carro. Você entra no carro, você liga o carro e simplesmente dirige. Você dirige talvez por… quatro ou cinco quarteirões sem sequer estar ciente de tudo que fez, pois sua atenção está no trânsito à sua volta, você fez tudo automaticamente.
Agora, quando você entrou pela primeira vez em um carro, não podia fazer isso. O carro provavelmente estava pulando por todo o lugar e você pensava que nunca aprenderia a dirigir, mas aprendeu e adquiriu confiança.”
Em um breve relato, quando eu quis “ter” a carteira de motorista, me deparei com um obstáculo que me rendeu uma carga de estresse bem forte. Isso acontecia no momento de finalizar todo o exame, na realização correta da baliza. Eu não estava preparada o suficiente para alcançar o meu objetivo. Precisei praticar várias e várias vezes e foi isso que determinou minha aprovação, repetindo o processo e evoluindo no meu aprendizado.
Uma dúvida frequente que as pessoas têm é se autoconfiança e autoestima são a mesma coisa? E a resposta é não. A autoestima é uma área mais ampla, sendo a autoconfiança um dos pilares para ir em direção a uma autoestima mais trabalhada. É por isso que é tão importante você desenvolver sua autoconfiança em harmonia com a sua essência.
Eu cheguei aqui trazendo todos esses conceitos dentro desse tema muito importante não é mesmo? Parece simples, mas na verdade, tudo isso é bem complexo, porque a gente está falando de humanidade, a gente está falando de amor próprio.
O médico psiquiatra e psicoterapeuta, Dr Flávio Gicovate, explicava que “o processo de desenvolvimento humano é interminável, de modo que toda obra humana é inacabada“.
E agora eu te convido a desencolver a sua autoconfiança! Um abraço e até a próxima.